Essa foi uma viagem que surgiu do nada.
Do nada recebo um convite pra me juntar ao pessoal de Geologia da UFBA ao GeoCapão 3, que é uma viagem que os estudantes organizam para o Vale do Capão, Chapada Diamantina - BA.
Decidi me juntar ao pessoal e logo veio a idéia de fazer uma trilha curta que coubesse no final de semana, daí veio a idéia de fazer a Cachoeira do Mixila, ou a do 21. Confesso que tinha muita vontade de conhecer o Mixila e nunca tinha visto fotos do 21 e fiquei um pouco desapontado quando soube que o pessoal decidiu pelo 21, mas ao ver as fotos me reanimei! É uma cachoeira muito bonita, tanto com água, como sem água (que foi como eu a vi), e que vale muito a pena, para aqueles que buscam causar o mínimo impacto ambiental, visitarem.
Vamos à trilha!
O ônibus do GeoCapão 3 sairia no dia 2 junho de 2010 à noite de Salvador em direção ao Vale do Capão, sem fazer parada em Lençóis. Do pessoal que ia fazer a trilha eu só conhecia Priscila, que foi a amiga que me convidou pra essa viagem, mas no final ela acabou não indo e, mais uma vez, trilhei com pessoas que havia conhecido pela primeira vez durante a viagem!
Além de mim, o grupo foi formado por Cabeça (o cara que conhecia o caminho, que por sinal é muito difícil de achar seguindo o mapa), Cachorra (Pedro), e Mari.
Depois de uma conversa com o motorista, cabeça o convenceu a nos deixar em Lençóis e de lá, pela manhã, começamos a trilha.
1º Dia de Trilha:
Chegamos em Lençóis entre 5 e 6 da manhã. Comemos, ajeitamos as mochilas e repartirmos as cargas. Começamos a trilha cerca de 2 horas depois.
O início da trilha é uma subida considerável, mas que é vencida depois de pouco mais de uma hora de caminhada. Infelizmente para mim ela foi mais considerável do que para os outros. Tive muitos problemas de cãibras, pela primeira vez na vida, e o meu desempenho foi muito fraco durante a subida. Fiquei pra trás, mas por volta de 9:30 da manhã, todos já haviam vencido a primeira subida e alcançado a primeira recompensa: Um belo banho de água gelada no meio do caminho!
Do nada recebo um convite pra me juntar ao pessoal de Geologia da UFBA ao GeoCapão 3, que é uma viagem que os estudantes organizam para o Vale do Capão, Chapada Diamantina - BA.
Decidi me juntar ao pessoal e logo veio a idéia de fazer uma trilha curta que coubesse no final de semana, daí veio a idéia de fazer a Cachoeira do Mixila, ou a do 21. Confesso que tinha muita vontade de conhecer o Mixila e nunca tinha visto fotos do 21 e fiquei um pouco desapontado quando soube que o pessoal decidiu pelo 21, mas ao ver as fotos me reanimei! É uma cachoeira muito bonita, tanto com água, como sem água (que foi como eu a vi), e que vale muito a pena, para aqueles que buscam causar o mínimo impacto ambiental, visitarem.
Vamos à trilha!
O ônibus do GeoCapão 3 sairia no dia 2 junho de 2010 à noite de Salvador em direção ao Vale do Capão, sem fazer parada em Lençóis. Do pessoal que ia fazer a trilha eu só conhecia Priscila, que foi a amiga que me convidou pra essa viagem, mas no final ela acabou não indo e, mais uma vez, trilhei com pessoas que havia conhecido pela primeira vez durante a viagem!
Além de mim, o grupo foi formado por Cabeça (o cara que conhecia o caminho, que por sinal é muito difícil de achar seguindo o mapa), Cachorra (Pedro), e Mari.
Depois de uma conversa com o motorista, cabeça o convenceu a nos deixar em Lençóis e de lá, pela manhã, começamos a trilha.
1º Dia de Trilha:
Chegamos em Lençóis entre 5 e 6 da manhã. Comemos, ajeitamos as mochilas e repartirmos as cargas. Começamos a trilha cerca de 2 horas depois.
O início da trilha é uma subida considerável, mas que é vencida depois de pouco mais de uma hora de caminhada. Infelizmente para mim ela foi mais considerável do que para os outros. Tive muitos problemas de cãibras, pela primeira vez na vida, e o meu desempenho foi muito fraco durante a subida. Fiquei pra trás, mas por volta de 9:30 da manhã, todos já haviam vencido a primeira subida e alcançado a primeira recompensa: Um belo banho de água gelada no meio do caminho!
O primeiro e melhor banho!
Tive mais cãibras após o banho e comecei a me preocupar de verdade. Estava com medo de ter que desistir e voltar pra Lençóis, mas conheci Bizinho e Lua - amigos de Cabeça que encontramos na trilha - e eles me deram uma banana pra ajudar com as cãibras e aí eu resolvi continuar.
Após o banho a caminhada fica mais leve. Apenas algumas pequenas subidas e descidas alternadas até que começamos a descer no encontro de dois vales que formam uma espécie de Z no meio da vegetação.
Após o banho a caminhada fica mais leve. Apenas algumas pequenas subidas e descidas alternadas até que começamos a descer no encontro de dois vales que formam uma espécie de Z no meio da vegetação.
É pra lá pra baixo que a gente vai!
No meio da caminhada até o início da descida eu senti fortes cãibras nas duas panturrilhas e gritei de dor, sem conseguir me mexer: "Me segura, me segura! Eu vou cair!!!" hahahaha
Todos caíram na risada e eu, literalmente, caí no chão. Cachorra me ajudou a fazer o alongamento e Cabeça se ofereceu pra pegar os mantimentos que eu carregava. É incrível como pessoas que a gente acabou de conhecer tem gestos tão solidários como o de Cabeça nessa trilha! Depois daí, senti realmente que éramos um grupo, e dos bons!
A cãibra passou e com menos carga o esforço muscular seria menor. Não tinha mais volta, resolvi continuar. Começamos a descer em direção ao vale e apesar de ter a sensação que teria mais cãibras, elas não voltaram durante um bom tempo.
Chegamos até o vale e começamos a seguir o leito do rio. É uma caminhada fácil, formada basicamente por pedras que ficam no leito do rio (que estava bem seco, por sinal). Essa caminhada duraria algumas horas de uma bela paisagem e, infelizmente, muitos mosquitos, até chegarmos na Cachoeira do Fundão.
Todos caíram na risada e eu, literalmente, caí no chão. Cachorra me ajudou a fazer o alongamento e Cabeça se ofereceu pra pegar os mantimentos que eu carregava. É incrível como pessoas que a gente acabou de conhecer tem gestos tão solidários como o de Cabeça nessa trilha! Depois daí, senti realmente que éramos um grupo, e dos bons!
A cãibra passou e com menos carga o esforço muscular seria menor. Não tinha mais volta, resolvi continuar. Começamos a descer em direção ao vale e apesar de ter a sensação que teria mais cãibras, elas não voltaram durante um bom tempo.
Chegamos até o vale e começamos a seguir o leito do rio. É uma caminhada fácil, formada basicamente por pedras que ficam no leito do rio (que estava bem seco, por sinal). Essa caminhada duraria algumas horas de uma bela paisagem e, infelizmente, muitos mosquitos, até chegarmos na Cachoeira do Fundão.
Cabeça caminhando no leito do rio
Caminhei bem durante todo esse trajeto. Também pudera! Estava bem mais leve, graças a Cabeça e comecei a andar num ritmo legal. Mari e Cachorra ficavam pra trás e toda vez que eu e Cabeça parávamos pra esperar eu aproveitava pra alongar mais uma vez. Como ninguém é de ferro, as vezes eu também parava pra dar uma descansada! xD
Ninguém é de ferro, neh?
Depois de muita andança sobre pedras, finalmente chegamos na cachoeira do Fundão, que é muito bela! O Fundão é uma cachoeira nada modesta em relação a tamanho, mas infelizmente estava com pouca água. Nem por isso ela deixou de ser bonita! Veja só:
A bela Cachoeira do Fundão (pouca água)
Paramos para descansar um pouco, tirar umas fotos e conhecemos dois caras muito gente finas que estavam cozinhando próximo ao poço do Fundão. Depois de algumas fotos e um bom papo começamos a "escalaminhada" ao lado da cachoeira para chegar ao nosso objetivo, a Cachoeira do 21 que fica no mesmo rio da Cachoeira do Fundão, mas mais acima.
A subida é um pouco tensa porque em uma parte é necessário tirar a mochila pra conseguir subir e também porque tudo estava bastante molhado, mas depois de pouco menos de 1 hora já tínhamos vencido toda a subida e preparados pra um bom descanso!
Ao chegar no topo, montamos as barracas e logo depois fomos de encontro à Cachoeira do 21 que também não é nada modesta! É uma cachoeira bem grande e muito bonita, mas, infelizmente, também estava seca.
A subida é um pouco tensa porque em uma parte é necessário tirar a mochila pra conseguir subir e também porque tudo estava bastante molhado, mas depois de pouco menos de 1 hora já tínhamos vencido toda a subida e preparados pra um bom descanso!
Ao chegar no topo, montamos as barracas e logo depois fomos de encontro à Cachoeira do 21 que também não é nada modesta! É uma cachoeira bem grande e muito bonita, mas, infelizmente, também estava seca.
Cachoeira do 21 (completamente seca, mas linda!)
Ainda assim existe um poço com uma água muito fria, mas muito legal pra tomar um banho e passar o tempo! Eu não me arrisquei a nadar muito, até porque tive cãibras durante todo o dia, mas aproveitei o banho próximo à beirada.
Todos limpos, fizemos a janta, e acabei conhecendo melhor todo o pessoal que estava lá.
Depois de um bom papo e uma ótima comida, já era, definitivamente, hora de descansar.
Todos limpos, fizemos a janta, e acabei conhecendo melhor todo o pessoal que estava lá.
Depois de um bom papo e uma ótima comida, já era, definitivamente, hora de descansar.
2º Dia de Trilha:
Dormi cedo, acordei cedo! Entre 6 e 7 da manhã eu já estava de pé e resolvi dar uma caminhada pra ver se havia alguma água na 21. Nada feito. Aproveitei o frio matinal de junho da Chapada e fiz umas caminhadas para conhecer melhor o local. Encontrei com Cabeça e descemos um pouco pra ver o poço da Cachoeira do Fundão de cima e só assim dá pra ter uma noção do tamanho da cachoeira! A seguir algumas fotos de paisagens próximas à Cachoeira do 21:
Observando o Poço do Fundão
Paisagens próximas à 21
Depois que todos acordaram, começamos a preparar o café. No meio da conversa, Cabeça, Mari e Cachorra decidiram seguir o plano e ficar mais um dia, tranquilos, acampados próximo à 21. Pedro, que estava com Bizinho e Lua, resolveu ficar com eles e eu decidi partir para o Vale do Capão com Bizinho e Lua. Afinal, no mesmo dia começaria o Festival de Jazz do Capão e eu não queria perder!
No café decidimos tentar ver a Cachoeira da Fumaça de frente. É uma vista linda que faz alguns meses que eu estava louco pra conhecer, mas é extremamente difícil de se localizar e achar o local em que se tem essa vista. Mesmo assim decidimos tentar!
Depois de muito tempo tomando café e conversando, saímos atrasados em direção ao Vale do Capão. A trilha tem início, mais uma vez, com uma escalaminhada pelo lado da Cachoeira do 21 e a vista é show de bola!
Em alguns pontos a subida é tão íngreme que até uma escada foi improvisada pra ajudar na subida! hahahaha, é incrível!
No café decidimos tentar ver a Cachoeira da Fumaça de frente. É uma vista linda que faz alguns meses que eu estava louco pra conhecer, mas é extremamente difícil de se localizar e achar o local em que se tem essa vista. Mesmo assim decidimos tentar!
Depois de muito tempo tomando café e conversando, saímos atrasados em direção ao Vale do Capão. A trilha tem início, mais uma vez, com uma escalaminhada pelo lado da Cachoeira do 21 e a vista é show de bola!
Em alguns pontos a subida é tão íngreme que até uma escada foi improvisada pra ajudar na subida! hahahaha, é incrível!
A escada quebra galho!
Apesar de um pouco difícil, a subida é facilmente vencida, principalmente pelo fato de que as minhas cãibras acabaram! Logo logo chegamos ao topo e de lá de cima podíamos ver Cabeça, Pedro, Cachorra e Mari bem, mas beeeeem pequenininhos! E aproveitei pra tirar uma foto com a vista após a subida, claro!
Após subir a 21!
Depois da subida, começamos a seguir o leito do rio, ainda subindo, em direção do Vale do Capão. Mais uma vez, uma trilha com bastante rocha no leito, e um pouco demorada, mas depois de cerca de 1 hora e meia caminhando chegaríamos ao topo, onde a vegetação mudaria completamente de grandes árvores e muita sombra para uma vegetação baixa, seca e densa. Não há muito o que enxergar além de plantas e uma trilha que some cada vez que encontra com um novo lajedo. Tudo completamente igual. Taí o porque da dificuldade de se orientar!
Ao chegarmos lá em cima já eram quase 3 da tarde e a vista de frente que queríamos alcançar não ficava no caminho. Decidimos deixar as mochilas na bifurcação e tentar chegar no ponto mais leves, consequentemente mais rápido. Se não tivéssemos chegado lá até as 4 da tarde, voltaríamos de onde estivéssemos.
Eu estava empolgado! Estava cada vez mais perto da vista que estava muito afim de ver há meses! Já podia até ver as pessoas que estavam no mirante lateral para a Cachoeira da Fumaça, mas, infelizmente, nos perdemos. E nos perdemos feio naquela vegetação completamente seca e indiferenciável uma da outra.
Decidimos voltar, mas não achávamos o caminho de volta. Depois de muita procura, achamos o caminho de volta, mas não conseguíamos achar as mochilas. Durante muito tempo procuramos e sempre tive a impressão de que ja havia passado por cada lugar novo em que chegava. Comecei a desanimar. Bizinho tomou as rédeas da situação e saiu procurando por si só as mochilas. Depois de alguns minutos, finalmente, ele achou as nossas mochilas e o por do sol já começava a se desenhar no céu.
De lá até o Capão seriam mais algumas horas e a primeira subida se mostrou bem difícil pra mim. Quase parei. Estava completamente desanimado durante a subida, o que piorou mais ainda o meu cansaço, mas deixei Lua e Bizinho irem na frente e continuei mais lento. Recuperei todo o meu fôlego quando cheguei lá em cima e vi o sol começar a se por. É quando você sente que as coisas valem a pena.
Ao chegarmos lá em cima já eram quase 3 da tarde e a vista de frente que queríamos alcançar não ficava no caminho. Decidimos deixar as mochilas na bifurcação e tentar chegar no ponto mais leves, consequentemente mais rápido. Se não tivéssemos chegado lá até as 4 da tarde, voltaríamos de onde estivéssemos.
Eu estava empolgado! Estava cada vez mais perto da vista que estava muito afim de ver há meses! Já podia até ver as pessoas que estavam no mirante lateral para a Cachoeira da Fumaça, mas, infelizmente, nos perdemos. E nos perdemos feio naquela vegetação completamente seca e indiferenciável uma da outra.
Decidimos voltar, mas não achávamos o caminho de volta. Depois de muita procura, achamos o caminho de volta, mas não conseguíamos achar as mochilas. Durante muito tempo procuramos e sempre tive a impressão de que ja havia passado por cada lugar novo em que chegava. Comecei a desanimar. Bizinho tomou as rédeas da situação e saiu procurando por si só as mochilas. Depois de alguns minutos, finalmente, ele achou as nossas mochilas e o por do sol já começava a se desenhar no céu.
De lá até o Capão seriam mais algumas horas e a primeira subida se mostrou bem difícil pra mim. Quase parei. Estava completamente desanimado durante a subida, o que piorou mais ainda o meu cansaço, mas deixei Lua e Bizinho irem na frente e continuei mais lento. Recuperei todo o meu fôlego quando cheguei lá em cima e vi o sol começar a se por. É quando você sente que as coisas valem a pena.
O por do sol que dá forças pra caminhar!
Caminhando para o Capão!
Continuamos andando numa espécie de "gerais", quando anoiteceu. Ligamos as lanternas e voltamos a caminhar. Se perder no escuro era fácil e frequentemente tínhamos que parar, voltar um pouco e achar novamente o caminho.
Depois de um bom tempo caminhando no escuro, cruzamos com a trilha da Fumaça por cima. Depois disso eu já estava em "casa". Era só mais cerca de 1 hora de descida no escuro, mas num caminho que eu conhecia e logo logo chegaríamos no Capão.
Terminei a descida às 19:06. Bizinho e Lua acabaram chegando um pouco mais tarde.
Depois daí era tomar uma cerveja gelada no barzinho, pegar uma carona e chegar na vila para curtir o Festival de Jazz! ^^
Depois de um bom tempo caminhando no escuro, cruzamos com a trilha da Fumaça por cima. Depois disso eu já estava em "casa". Era só mais cerca de 1 hora de descida no escuro, mas num caminho que eu conhecia e logo logo chegaríamos no Capão.
Terminei a descida às 19:06. Bizinho e Lua acabaram chegando um pouco mais tarde.
Depois daí era tomar uma cerveja gelada no barzinho, pegar uma carona e chegar na vila para curtir o Festival de Jazz! ^^